O famoso 'Bocage Normand'

Em tempos de aquecimento global, a cultura da vinha começa a renascer hoje na Normandia, região francesa perto de Paris famosa por sua sidra e seus diversos queijos (berço do Camembert). Tanto que temos hoje um total de mais de 54 hectares de vinha e cerca de cinquenta viticultores.

Depois de terem desaparecido completamente no século XVIII, os vinhedos da Normandia começaram a renascer na década de 1990 a ponto de obterem um IGP dedicado (IGP Clavados). Esta dinâmica é atualmente crescente, favorecida pelo aquecimento global e pela 'libertação das plantações' votada em 2016. Com efeito, o Parlamento Europeu autoriza, desde 1 de janeiro de 2016, a plantação de novas vinhas, no limite de 1% anuais da área já plantado.

Colheita de uvas na Normandia antes que os vinhedos quase desaparecessem

A região de Pays d'Auge (a capital é Lisieux) pode ser considerada o epicentro desse fenômeno. Esta região está, de facto, no centro desta nova dinâmica, nomeadamente pelo seu microclima mas, sobretudo, pela composição do seu solo (e subsolo) que promete muito no potencial vitivinícola da região região. A região está, na verdade, no mesmo nível geológico da região da Borgonha da Côte de Nuits, conhecida por seus grandes vinhos. Tem um solo argilo-calcário, superficial e muito pedregoso, que se desenvolveu sobre uma rocha calcária jurássica, dura, mas fissurada.

“algumas vinhas apresentam real potencial de qualidade para a próxima década”

As vinhas da região foram muitas vezes criadas por locais apaixonados que desejam melhorar o seu terroir e trazer de volta à vida esta região vinícola antiga e totalmente esquecida. Deve-se notar que a maioria das produções costuma ser totalmente orgânica desde sua criação. Embora pouco conhecidas, algumas vinhas apresentam um verdadeiro potencial qualitativo para a próxima década, sendo a mais famosa delas a da 'Arpents du Soleil' fundada por Gerard Samson.

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