Malagousia, ou melaouzia, como algumas pessoas nas aldeias gregas a chamam, é uma variedade de uva branca nativa da Grécia. A Malagousia é amplamente conhecida como uma uva que ressuscitou porque, até a década de 1970, poucas pessoas a conheciam e era considerada extinta. Hoje, devido aos esforços de viticultores e enólogos de toda a Grécia, a Malagousia é uma variedade amplamente conhecida que fornece excelentes vinhos brancos secos e alguns doces também.
Historicamente, a variedade originou-se de Aitoloakarnania, onde era cultivada em escala muito pequena, e agora é cultivada em 182 hectares em toda a Grécia. A Malagousia produz ótimos vinhos, tanto como variedade isolada quanto em combinação com outras variedades nativas gregas ou internacionais. Muitos vinhos com indicação geográfica protegida (IGP) apresentam a variedade, e ela também é usada em uma mistura junto com Athiri e Assyrtiko no vinho branco da DOP (denominação de origem protegida) Rhodes.
O que procurar num vinho Malagousia
“corpo médio, acidez sutil, e tende a deixar uma sensação “oleosa” no paladar”
As características típicas da variedade são o alto teor alcoólico, com ABVs (Alcohol By Volume) que podem chegar até 13% para vinhos secos, corpo médio, acidez sutil, e tendem a deixar uma sensação “oleosa” no paladar. Malagousia é uma variedade altamente aromática com notas proeminentes de flores brancas (jasmim e flores cítricas), frutas maduras de caroço (pêssego e damasco), bem como frutas cítricas como lima, toranja e limão. Se a variedade for cultivada em um clima frio, você poderá notar notas de ervas como chá verde e hortelã. A Malagousia, de climas mais quentes, tem um caráter mais tropical, com notas de manga, abacaxi e maracujá.
Como mencionado anteriormente, também existem vinhos de sobremesa da Malagousia. Estes ainda são muito frutados, mas também mais melosos, com notas de madressilva, favo de mel, geléia de laranja e damasco. Existem vinhos doces que passaram algum tempo em barricas de carvalho, mas podem ser difíceis de encontrar porque as versões mais comuns são os floridos que são engarrafados logo após saírem do tanque.
Recentemente, devido à popularidade que o movimento do vinho natural ganhou, tem surgido muitos vinhos naturais da Malagousia. Esta prática de vinificação de fermentar o sumo do vinho juntamente com a casca das uvas parece estar de acordo com esta casta, pois o sabor oleoso mistura-se com os taninos suaves que vêm das películas das uvas, e o carácter frutado do vinho é ainda mais acentuado.
Harmonização com Malagousia
Quando se trata de harmonização de alimentos, uma das coisas que sempre me ensinaram e continuo a acreditar é “o que cresce junto, vai junto”, o que significa que Malagousia é uma combinação perfeita para pratos gregos. Tendo a casta um forte perfil aromático e uma textura “oleosa” muito própria, acompanha na perfeição mariscos como lulas e chocos, assados ou salteados, de forma a manter a sua textura “amanteigada” e harmonizar com o vinho. Malagouzia pode complementar perfeitamente saladas verdes e massas com molhos leves ou pesto. Os vinhos com notas mais “herbais” podem acompanhar pratos leves que incluem frango, peixe, as tradicionais empadas de queijo e saladas verdes. As tradicionais tortas gregas de laranja, ou qualquer coisa à base de frutas, até mesmo uma pavlova, combinam perfeitamente com as versões doces dos vinhos Malagouzia.
Conheça as vinícolas
Domaine Porto Carras
Foi aqui que ocorreu a ressurreição da casta, como Domaine Porto Carras foi a primeira vinícola a engarrafar um Malagousia, graças aos esforços do enólogo Vangelis Gerovassiliou. A denominação deste vinho é IGP Halkidiki e é produzido na região da Macedônia. Este vinho orgânico é parcialmente envelhecido em borras por alguns meses e parcialmente envelhecido em barricas, resultando em um perfil intensamente aromático. Você notará aromas florais, juntamente com frutas de caroço. É enganosamente bebível devido ao seu alto ABV (13,5%). Saboroso, fresco e perfumado, sem ser “demais”. Um exemplo perfeito de um vinho feito a partir da uva Malagousia.
Ktima Gerovassiliou
o Ktima Gerovassiliou A vinícola ganhou 105 distinções por sua Malagousia ao longo dos anos, então você sabe que definitivamente vale a pena tentar. Faz parte da denominação IGP Epanomi. Os vinhos da zona estão entre os vinhos IGP mais bem-sucedidos e aclamados da Grécia. O processo de vinificação é feito parte em tanques de inox e parte em barricas de carvalho francês. Depois disso, o vinho é deixado em contato com as borras por alguns meses para se tornar totalmente estruturado. Neste Malagousia, você encontrará notas características de frutas maduras, como pera, manga e aromas cítricos.
Ktima Gerovassiliou faz um grande vinho doce a partir de uvas que amadurecem demais nas vinhas, mas isso só pode acontecer nos anos em que o clima permite, então pode-se dizer que é um achado raro. O mosto proveniente da prensagem das uvas é vinificado em barricas de carvalho francês, onde permanece e estagia durante 3 anos. O vinho resultante apresenta uma cor palha dourada e aromas de frutas e mel. Se você gosta de vinhos doces e aromáticos, vai adorar este “Gliko Lefko”.
Domaine Lafazanis
Outra Malagousia premiada é Geometria (que significa literalmente Geometria) por Domaine Lafazanis. Faz parte da denominação IGP Peloponeso, o que significa que o vinho é feito em uma parte relativamente ao sul da Grécia, ao contrário dos vinhos anteriores mencionados que são feitos na parte norte. Deste Malagouzia, pode esperar os característicos aromas frutados e florais, bem como um sabor equilibrado e um final persistente.
Meu conselho
Se você está tentando expandir seu paladar degustando vinhos de todo o mundo, um Malagouzia grego é definitivamente uma experiência obrigatória. Frutado e fresco, estruturado mas não avassalador, seco ou doce, é uma combinação perfeita para o verão.
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Referências e citações
- https://www.gerovassiliou.gr/en/wines
- https://www.portocarraswines.gr/en/products/wines/31-white/33-malagouzia.html
- https://lafazanis.gr/en/
- “Ampelographia” de Stavrakas, DE , Ekdoseis Ziti, Peraia, Thessaloniki – 2.ª Edição
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